Erro (449) no Mendeley?

Algumas vezes nos deparamos com surpresas desagradáveis quando vamos fazer uma citação usando Mendeley e muitas vezes não temos nem ideia do que está acontecendo. Há um erro muito comum em acontecer quando vamos referenciar um artigo e aparece a seguinte mensagem:

Mendeley 1

E não sabemos o que fazer. A solução é muito simples. Basta seguir os passos a seguir.

Resolvendo o Problema

Isso acontece porque o plugin do mendeley não é reconhecido pelo word. A primeira vez que aconteceu comigo foi numa atualização. Provavelmente aconteceu isso com você também.

Para resolver esse problema vá em Arquivos no word e abra Opções  e clique em Suplementos, como mostrado na figura abaixo.

mendeley 2

Em seguida em Gerenciar, localizado na parte inferior, selecione a opção Modelo.

Mendeley 3

Agora você pode observar que o modelo selecionado é de um Mendeley da versão antiga e não suportada pelo seu word. Basta desmarcar o antigo e marcar a mais recente, ou melhor, a que está de fato instalado em seu computador.

Feito isso é só dar ok e trabalhar com Mendeley normalmente. Muitas vezes ao abrir o word vai apresentar o mesmo problema, basta seguir todas as etapas (sim, novamente) e pronto.

Cadê o Sci-Hub?

Recentemente a maior página pirata da ciência foi derrubada pela American Chemical Society (ACS), que anteriormente  era acessada pelos domínio .cc e .bz. Porém como uma verdadeira Robin Hood,  Alexandra Elbakyan ainda mantém o projeto nas sombras da internet.

Minha intenção não é discorrer sobre o drama, que pode ser acessada na página da El Pais . Tampouco como descobri o novo domínio.

Vamos parar de encher linguiça. O sci-hub pode ser acessado (por enquanto) pelo domínio .tw, ou clicando aqui.

BTW: Este tipo de notícia será colocado de forma fixa na lateral do blog à partir de quando eu tiver tempo pra fazer isso.

Mantenha a sua vidraria livre de contaminantes!

meme-quimica

Se você trabalha com nanomateriais, você sabe da importância de manipulá-las de uma forma que não as contamine. Para sintetizá-la nem preciso dizer da importância do quão limpo uma vidraria precisa ser. É sobre isso e algumas técnicas que se usa em laboratório ,para deixar vidrarias livres de contaminantes, que abordarei aqui neste artigo.

O método de limpeza dependerá do tipo de nanopartícula que irá ser sintetizada. Nanopartículas podem ser orgânica ou inorgânica. AS orgânicas são facilmente limpas com algum solvente orgânico ou simplesmente com água e sabão (em alguns casos).  Já nos inorgânicos, as nanopartículas podem ser metálicas ou cerâmicas. Ai o negócio complica.

Quem já sintetizou nanopartículas de ouro, ou já manipulou, sabe que se elas ficarem longos períodos em um frasco, elas podem manchar. A mancha rosada não sai nem exorcizando…

Na síntese de nanopartículas metálicas, qualquer contaminante presente (íons de metais indesejáveis, por exemplo) pode influenciar no crescimento das partículas, podendo ir tudo por água a baixo (literalmente).

Resultado de imagem para água régiaPara livrar vidrarias de contaminantes metálicos, usa-se uma solução chamada água régia. Essa solução de cor vermelha (parece o refrigerante Xereta de framboesa) é uma mistura de dois ácidos numa proporção de 3:1. Os ácidos são ácido clorídrico e ácido nítrico, respectivamente. Após misturar, espere um tempo até ficarem vermelha (ou laranja…). Mergulhe as vidrarias nessa solução por um período (que pode variar de 15 a 1 hora e já vi artigos descrevendo até 4 horas!). O tempo dependerá do nível de sujeira. Claro que quanto mais tempo imerso, mas limpas ficarão… Eu normalmente deixo em torno de 15 a 20 minutos.

Posterior a imersão, lavar com água da torneira em abundância para retirar o excesso e neutralizar o pH. Depois passar água destilada ou deionizada. Clique em preparacao-da-agua_regia para adquirir o protocolo.

A água régia dissolve boa parte dos íons metálicos (e metais reduzidos também). É muito usada para retirar o ouro impregnada nas vidrarias, pois  é o único solvente do mesmo. Tem algumas historinhas curiosas e interessantes sobre a água régia, vale a pena buscar. E cuidado no armazenamento… ele solta vapor! Manuseia em capela sempre.

Para limpar as vidrarias que serão usadas em uma síntese de nanopartículas cerâmicas (sílica, óxido de zinco, etc…) usa-se uma solução fraca de ácido fluorídrico. Algumas pessoas usam o ácido puro para limpar cadinhos de alumina usados em análise térmica, mas eu não aconselho esse método. Uma solução 1% já é suficiente para remover e dissolver o contaminante sem dissolver o vidro.

Em resumo:

1 Se você sintetizará nanopartículas orgânicas (lipossomos, polímeros, etc…), água e sabão resolve e alguns casos algum solvente orgânico como etanol, clorofórmio, éter dietílico…

2 Para materiais metálicos, água régia.

3 Para cerâmicos, solução de ácido fluorídrico.

Como preparar nanopartículas de ZnO?

 

Assim como todos os demais nanomateriais, o óxido de zinco apresenta propriedades únicas (isso já é clichê, quase todos os artigos apresentam essa frase). Dentre essas propriedades podemos citar algumas, como estabilidade química, propriedade fotocatalítica, piezoeletricidade entre tantas outras.

Mas como é que se faz nanopartículas de ZnO?

Existem diversos métodos, mas aqui abordarei apenas o método químico (que na minha ínfima opinião é a mais fácil, já que com alguns béqueres, água e outras coisas básicas de laboratório é possível fazê-la).

Os métodos

No método químico pode-se usar tanto o processo Sol-Gel, quanto o de Precipitação. O processo Sol-Gel é muito utilizado para obter nanopartículas de óxidos metálicos (como a SiO2, TiO2, Etc…). As etapas que compõe o processo é a hidrolização, condensação, crescimento e agregação do precursor.

ALWAN et al. descrevem um procedimento para sintetizar nanopartículas de ZnOmeme via Sol-Gel. Você faz uma solução de acetato de zinco (12,6g em 400ml de água bidestilada) e então aqueça até 50ºC. Adiciona-se 600ml de etanol absoluto (não é absinto não…) enquanto agita vigorosamente a solução do acetato de zinco. Após isso, adicione gota-a-gota 6ml de peróxido de hidrogênio (H2O2, 47%). Deixe a solução incubada por 24h (overnight) e então seque-o em estufa a 80ºC. Posteriormente você precisa lava o pó (para retirar os sais e subproduto que são formados durante a reação) diversas vezes (isso nunca vai além do que 3 vezes…) com água bidestilada (destilada também vai funcionar) e depois só secar… Em estufa por algumas horas a 80ºC.

A boa notícia deste procedimento do artigo é que formou ZnO. A má notícia é que não ficaram exatamente “nano”. As partículas ficaram entre 100 e 200nm. A desculpa conclusão é que as partículas continuam crescendo mesmo a temperatura ambiente (Ixi… como  é que se controla isso? Colocando no freezer?).

zinco

Imagem de MEV de “nano” partículas de ZnO (ALWAN, et al. 2015)

Outro método é por precipitação. Eu particularmente usei o método a seguir, com pequenas adaptações (em parêntese). Muito mais fácil. Muito mais prático. Envolve menos etapas durante o processo também…

O procedimento é descrito por (AN et al., 2011) e é basicamente uma solução do sal de zinco (o procedimento segundo An et al. usa nitrato de zinco, mas eu usei sulfato de zinco heptahidratado) e uma solução de uma base (eles usaram KOH e eu usei NaOH. Ok… eu modifiquei praticamente todo o experimento, mas mantive a essência xD).

Faça uma solução 0,2M do sal de zinco (a que você tiver), coloque em um erlenmeyer ou um balão de síntese e agite. Em seguida adicione gota-a-gota uma solução 0,4M do hidróxido (de sódio ou de potássio). Enquanto ocorre a adição, a mistura começa a ficar branca e opaca. Isso é hidróxido de zinco sendo formado.

Mas espere… Hidróxido de zinco? E o óxido?

Após a adição total da solução do hidróxido de sódio (ou de potássio), deixe aproximadamente 20 minutos e então desligue tudo, lave com água 3 vezes e por ultimo com álcool. Seque em estufa.

Agora é que está a mágica. Você deve fazer uma calcinação para obter o óxido de zinco. Durante a calcinação o hidróxido de zinco é eliminado e o óxido formado.

Usando a equação de Scherrer para calcular o diâmetro médio, obtive valores próximos de 20nm. No artigo obtiveram entre 20 e 40nm.

Referências

ALWAN, R. M. et al. Synthesis of Zinc Oxide Nanoparticles via Sol – Gel Route and Their Characterization. Nanoscience and Nanotechnology, v. 5, n. 1, p. 1–6, 2015.

AN, L. J. et al. Synthesis of ZnO Nanoparticles by Direct Precipitation Method. Advanced Materials Research, v. 380, p. 335–338, 2011.

Como usar o Mendeley na sua pesquisa?

No decorrer de uma pesquisa (TCC, dissertação, tese, artigos, etc…), você certamente se deparará com uma pilha de artigos da qual você nem sabe mais do que se trata ou onde aqueles artigos fundamentais estão. Outro problema comum  é referenciar os artigos em um trabalho acadêmico. Em artigos para publicação cada revista adota um estilo diferente de referências e muitas vezes nos perdemos com tantos artigos para por como referencial. Para auxiliar na organização existem algumas ferramentas como EndNote e Zotero.

Neste artigo tratarei do Mendeley, que além de organizar suas referências, lhe permite outras ferramentas interessantes, proporcionando uma organização no estudo que você realiza.

Em comparação, o Mendeley tem a vantagem de ser gratuito, bom espaço de armazenamento na nuvem (2GB), possui um banco de artigos que te possibilita buscar por palavras-chaves, formar grupos, encontrar pesquisadores, sincronizar com notebooks e celulares, etc. Vide a figura 1 ou clique aqui para obter mais informações.

comparando Mendeley

Figura 1 – Comparação do Mendeley com outras ferramentas disponíveis

Obtendo  o Mendeley

Para adquirir  o Mendeley, basta você entrar em https://www.mendeley.com e fazer  o registro gratuitamente e executar o download. Você pode trabalhar com ele em seu computador ou de forma online.

Após o registro e/efetuar o download, você pode jogar seus arquivos nele. Há a possibilidade de adicionar arquivos individuais  ou pastas inteiras, criar, nomear e renomear  pastas no próprio software.

tela inicial - registro

Figura 2 – Página de registro e download do Mendeley.

Usando o Mendeley a seu favor

O Mendeley além de gerenciar suas referencias, lhe permite ler os arquivos nele (figura 3). Eu, particularmente, gosto dele por que posso inserir a minha referência, ler, adicionar anotações (anotações essas que podem ser um resumo do arquivo) e assim saber “quem é quem” dos artigos.

layout leitura  de artigo

Figura 3 – Lendo arquivos.

Ao selecionar o artigo, na lateral direita (figura 3 e 4) mostra as informações, tais como autor(es), revista, volume, páginas, ano, etc… Essas  informações são buscadas de forma automática pelo software e são as mesmas informações que serão usadas por ele no momento da citação.

Algumas vezes o Mendeley não encontra as informações do artigo sozinho, necessitando que você as preencha de forma manual. Isso ocorre com artigos antigos e não publicados em revistas (resumos de  congresso, seminários e simpósios, por exemplo).

Screen mendeley

Figura 4 – Layout Mendeley

No Mendeley online, você adquire um perfil da qual  pode visualizar feeds, grupos, estatísticas de suas publicações e sugestões.

As sugestões que o Mendeley faz é baseada no seu interesse de pesquisa. ele relaciona as palavras chaves que você adiciona em seu perfil e mostra os artigos relacionados à essa área.

Outra sugestão legal que o Mendeley faz é baseada nos artigos adicionados recentemente. Então se você está fazendo uma pesquisa em um determinado assunto, ele rastreia na web publicações que lhe  pode interessar (principalmente as  recentes).

Sugestões mendeley

Figura 5 – Sugestões do Mendeley.

Salvando artigos no mendeley

O Mendeley permite que você salve referências sem ter que baixar o artigo no seu computador para  posteriormente  ter que adicionar nele. Com um plugin instalado em seu browser, você pode salvar o artigo direto. Ele aparece no canto superior direito da sua tela. A figura 6 ilustra o ícone do programa no browser.

Para instalar o plugin, basta ir em :

  • Tools
  • Install web Importer

 

plug mendeley

Figura 6 – Ícone no browser.

 

Adicionando citações/referências

Em Tools há o plugin para o word,  da qual será necessário instalar para poder efetuar as citações e referências.

Após o plugin instalado, para citar você vai até referências e clique em Insert Citation. Para adicionar a bibliografia no final do trabalho, basta clicar em Insert Bibliography. Existem diversas normas. Para escolher, basta ir no Mendeley e clicar em:

  • View
  • Citation Style
  • Escolher opção

Caso não tenha o estilo que você procura, deves ir em “mais estilos” (figura 8) e buscar. No meu caso, para obter a norma ABNT de citação e referências, tive que instalar. Aproveitei para baixar as demais. Existe uma pequena diferença entre elas, e  cabe ao escritor decidir qual é a mais adequada.

Inserindo referência

Figura 7 – Inserindo citações e bibliografias

 

Instalando os estilos

Figura 8 – Estilos de citação.

 

Mendeley possui parcerias com editoras, o que possibilita todas essas ferramentas úteis de um  pesquisador, que para se ter um ideia, é possível encontrar uma recomendação do Mendeley no documento How to publish in scholary journal de uma editora bem coitada renomada: Elsevier.

Para saber mais informações sobre as comparações dos gerenciadores de referências, acessar o artigo “Comparativo dos softwares de gerenciamento de referências bibliográficas: Mendeley, EndNote e Zotero“.