É conhecido que nanomateriais possuem alta área de superfície e isso contribui para sua propriedade de adsorção. Porém o que acontece quando dopamos uma nanopartícula com outra nanopartícula? Foi o que fizemos e depois dos testes de adsorção foi observado um incremento.
Nanopartículas de óxido de cobre (CuO) foram depositadas sobre a superfície de nanopartículas de sílica (SiO2) e a capacidade de adsorção das nanopartículas de sílica foram comparadas e foi observado que após a modificação da superfície com CuO a adsorção aumentou consideravelmente, como pode ser observada na Figura 1.
O teste de adsorção foi feito com duas porções de massas distintas de nanopartículas: 50mg e 75mg. A concentração do azul de metileno foi mantida e fixada em 40mg/L. O que se observa é que a adsorção do azul de metileno para a nanopartícula de SiO2 sem presença de CuO é imediata, porém muito limitada quando comparada com as nanopartículas de SiO2 modificada. Para o caso onde foi usado 75mg de nanomaterial, a eficiência de adsorção foi quase 100%, tendo capacidade de adsorção em aproximadamente 25mg/g, ou seja, 1g do nanomaterial tem a capacidade de adsorver 25mg do adsorvato.
O azul de metileno é um corante catiônico que possui estrutura molecular plana preferindo uma adsorção em monocamada. A forte interação entre adsorvato-adsorvente resulta da presença de grupos catiônicos. As nanopartículas de sílica tem característica hidrofóbica possuindo assim uma interação deficiente com o solvente. Quando modificadas, a presença de pontos aglomerados de CuO e de íons Cu2+ perturba o equilíbrio fazendo com que haja maior atração iônica da superfície do nanomaterial com as moléculas do adsorvato.
Referência
Avaliação da atividade antimicrobiana e adsortividade de nanopartículas de sílica dopadas com CuO DOI: 10.1590/S1517-707620190001.0661